
O CEDC (Centro de Ensino Djalma Cruz), estará promovendo o Projeto Vídeo na Escola CEDC 2012, com o tema " VIOLÊNCIAS", envolvendo todos os alunos do turno noturno. O projeto tem como objetivo exibir vídeos produzidos pelos alunos da Escola, refletir e discutir a violência, em seus diversos aspectos e suas consequências para o mundo e para a comunidade local. O Projeto inicia hoje com a escolha dos temas pelos alunos e costura do roteiro dos vídeos, as exposições ocorrerão dia 28 de junho de 2012, data término do primeiro semestre, no pátio da escola.
Todas as equipes deverão estar vinculadas a um eixo-temático (Violência Urbana e no Campo, Violencia Ambiental, Violência Doméstica e Violência Institucional). Todo o proceso de escolha e elaboração do roteiro, culminando com a exibição será acompanhado por um professor.
Justificativa: A tecnologia pode ajudar no processo ensino aprendizagem, mas, quem faz legitimamente a qualidade acontecer são as pessoas. Assim é fundamental que o educador reconheça os componentes estruturais da linguagem audiovisual para que consiga realizar a leitura crítica e criativa de tais programas. Para tanto se deve aprender a utilizar o vídeo como meio de expressão, criar espaço para expressar nossas opiniões, nossas idéias por meio dessa linguagem. É importante despertar o interesse nos alunos para que fiquem atentos e se tornem aptos a realizar a leitura crítica de interpretação das mensagens da TV. Ler criticamente não significa recusar ou denunciar mensagem. Pode-se questioná-la, aceitá-la em parte ou por inteiro, recriá-la, reinventá-la, fazer jogo criativo. Criar um jogo que provoque o receptor a sair de sua passividade de maneira a fazer interação com a mensagem recebida. Os meios eletrônicos e as tecnologias de comunicação audiovisual transformam, de maneira radical, as práticas de leitura e escrita na atualidade. O aparecimento das redes comunicacionais e a televisão interativa, via cabo, também possibilitam transformações profundas na materialidade do escrito. Babin(1989), fala de uma cultura escolar em “stereo”, em que o livro e o audiovisual tenham espaço. Sua proposta é de que a escola seja lugar onde se preserve a memória do passado, e se posicione criticamente diante da atualidade, apresentada pelos jornais, revistas e documentos audiovisuais. Já Pierre Lévy (1993) categoriza o conhecimento existente nas sociedades em três formas diferentes: a oral, a escrita e a digital. Os professores precisam estar atentos e aptos para todos eles, permitindo assim que os alunos também estejam inseridos neste contexto educacional. É chegado o momento em que todos os profissionais da educação precisam desse conhecimento e informação como matérias-primas, enfrentar os desafios dessas tecnologias e delas tirar o melhor proveito e tê-las como aliadas.
Metodologia: O desenvolvimento do trabalho deve ocorrer de forma construtivista e em grupos. Inicialmente todos os alunos devem ter a oportunidade em optar e sugerir os temas que serão explorados por suas equipes (7 alunos no máximo), atentando para o tema geral e eixos temáticos de cada turma. O projeto será realizado com alunos de todas as séries do Ensino Médio (Regular e EJA), período noturno, do Centro de Ensino Djalma Cruz, na cidade de Cândido Mendes/MA. Além das aulas previstas, os grupos de alunos devem agendar encontros em suas próprias residências, para realização das atividades, ou mesmo, em pesquisa de campo, que possam fornecer subsídios práticos para a exposição. O tema gerador escolhido pelos professores do Projeto foi “Violências”, dividido em quatro Eixos Temáticos: Violência Urbana e no campo (1º e 2º Ano Ens.Médio), Violência contra o Meio Ambiente (3º Ano C e D Ens.Médio), Violência doméstica ( 1ª Etapa A,B e C EJA Ens.Médio) e, Violência institucional ( 2ª Etapa EJA Ens.Médio), objetivando nortear a escolha do temas a ser apresentados pelos alunos, tal como segue abaixo:
| EIXO TEMÁTICO: VIOLÊNCIA URBANA E NO CAMPO (1º e 2º ANO ENS.MÉDIO) VIOLÊNCIA NO CAMPO - Tomamos a conflitualidade da questão agrária brasileira (FERNANDES, 2005a) como referência neste trabalho (ver capítulo sobre a "questão agrária"). A conflitualidade é formada pelo conjunto de conflitos que, ao serem resolvidos, levam ao desenvolvimento. Desta forma, o conflito é inerente ao desenvolvimento. No interior da questão agrária, o conflito é resultado do enfrentamento entre o território do campesinato e do latifúndio e agronegócio. O conflito surge da diferença de interesses entre esses territórios e a sua solução vem da mediação do que esses dois territórios consideram problemas. É através desta mediação que ocorre o desenvolvimento. Por apresentarem interesses e estratégias divergentes, a resolução dos conflitos entre esses dois territórios nunca é total e requer constante intervenção do Estado. Como analisamos em Girardi e Fernandes (2008), o conflito não é sinônimo de violência. Conflito é uma ação criadora para a transformação da sociedade e a violência é uma reação ao conflito, caracterizada pela destruição física ou moral; é a desarticulação do conflito por meio do controle social. A violência tenta por fim ao conflito sem que haja resolução dos problemas e por isso barra o desenvolvimento. Ocupações de terra, acampamentos, defesa de interesses junto ao parlamento e ao governo são formas de conflito. Assassinatos, ameaças de morte, expulsões da terra, despejos da terra e trabalho escravo são formas de violência Orientadores: 1º ANO – Professora Vânia / 2º ANO – Professor Nonato e Lucielma |
| EIXO TEMÁTICO: VIOLÊNCIA CONTRA O MEIO AMBIENTE (3º ANO C e D ENS.MÉDIO) Não se pode considerar os problemas de forma isolada. O mundo sofre impactos ambientais decorrentes das atividades humanas nas mais diversas matizes. A violência, por exemplo, é um problema ambiental que está intimamente ligado a vários outros. A questão é tão séria que Tim Cahill, representante da Anistia Internacional para o Brasil, declarou em maio deste ano, que “a segurança pública é o pior problema do Brasil no momento”. A grandeza dos problemas nacionais, medida pela Anistia Internacional, nos dá uma noção mais ampla da questão. Certamente a segurança foi apontada como maior problema porque ela é a ponta mais cruel de uma intrincada rede de problemas que estão presentes no nosso meio ambiente É comum ouvirmos falar sobre soluções para o problema da segurança que envolvem inclusão social, diminuição da pobreza, educação e tantas outras. Mas é importante notar que o cerne da questão reside em tornarmos nosso habitat mais saudável. São as nossas atitudes que podem alterar este quadro. Não quero eximir os poderes públicos de suas responsabilidades, mas quando vemos tanta inoperância pública devemos lembrar que são os nossos votos que elegem tal situação. Cada vez mais devemos entender nosso papel na formação e condução de um meio ambiente mais saudável. Não basta abraçar árvores ou ter dó das baleias. Lutar por um meio ambiente mais saudável é, antes de tudo, assumir um compromisso consigo mesmo. É ter atitudes que possam proporcionar mais equilíbrio nas nossas relações com o meio em que vivemos Nosso planeta abriga uma infinidade de espécies, tão grande que ainda não conhecemos completamente toda essa riqueza. Mas somos os únicos capazes de pensar. Por isso nossa responsabilidade é tão grande. Nosso raciocínio deve ser utilizado para o bem coletivo, para estabelecer um meio ambiente mais saudável. O mal se combate com o bem. Violência é a consequência maior do desequilíbrio ambiental ao qual submetemos a Terra. Violência contra seres humanos, animais e árvores. Violência contra o ar puro e a água limpa. Violência contra nosso próprio organismo e contra o planeta. A violência é um produto criado pelo homem, nós é que devemos saber como parar de produzir este produto tão letal. Orientadores: 3º ANO D – Diene e Zezeca / 3º ANO C – Flávio e Antunes |
| EIXO TEMÁTICO: VIOLÊNCIA DOMÉSTICA (1ª Etapa A, B e C EJA) 'Violência doméstica' é a violência, explícita ou velada, literalmente praticada dentro de casa ou no âmbito familiar, entre indivíduos unidos por parentesco civil (marido e mulher, sogra, padrasto) ou parentesco natural pai, mãe, filhos, irmãos etc.Inclui diversas práticas, como a violência e o abuso sexual contra as crianças, maus-tratos contra idosos, e violência contra a mulher e contra o homem geralmente nos processos de separação litigiosa além da violência sexual contra o parceiro. Pode ser dividida em violência física — quando envolve agressão direta, contra pessoas queridas do agredido ou destruição de objectos e pertences do mesmo (patrimonial); violência psicológica— quando envolve agressão verbal, ameaças, gestos e posturas agressivas, juridicamente produzindo danos morais; e violência sócio-económica, quando envolve o controle da vida social da vítima ou de seus recursos económicos. Também alguns consideram violência doméstica o abandono e a negligência quanto a crianças, parceiros ou idosos. Enquadradas na tipologia proposta por Dahlberg; Krug, na categoria interpessoais, subdividindo-se quanto a natureza Física, Sexual, Psicológica ou de Privação e abandono. Afetando ainda a vida doméstica pode-se incluir da categoria autodirigida o comportamento suicida especialmente o suicídio ampliado (associado ao homicídio de familiares) e de comportamentos de auto-abuso especialmente se consideramos o contexto de causalidade. É mais frequente o uso do termo "violência doméstica" para indicar a violência contra parceiros, contra a esposa, contra o marido e filhos. A expressão substitui outras como "violência contra a mulher". Também existem as expressões "violência no relacionamento", "violência conjugal" e "violência intra-familiar". Note que o poder num relacionamento envolve geralmente a percepção mútua e expectativas de reação de ambas as partes calcada nos preconceitos e/ou experiências vividas. Uma pessoa pode se considerar como subjugada no relacionamento, enquanto que um observador menos envolvido pode discordar disso.Muitos casos de violência doméstica encontram-se associados ao consumo de álcool e drogas, pois seu consumo pode tornar a pessoa mais irritável e agressiva especialmente nas crises de abstinência. Nesses casos o agressor pode apresentar inclusive um comportamento absolutamente normal e até mesmo "amável" enquanto sóbrio, o que pode dificultar a decisão da parceiro em denunciá-lo. Violência e as doenças transmissíveis são as principais causas de morte prematura na humanidade desde tempos imemoriais, com os avanços da medicina, disponibilidade de água potável e melhorias da urbanização a redução das doenças infecciosas e parasitárias, tem voltado o foco da saúde pública para a ocorrência da violência. Contudo como observa Minayo e Souza este é um fenômeno que requer a colaboração interdisciplinar e ação multiprofissional, sem invalidar o papel da epidemiologia para o dimensionamento e compreensão do problema alerta para os riscos de reducionismo e necessidade de uma ação pública. Estatisticamente a violência contra a mulher é muito maior do que a contra o homem. Um estudo realizado em São Paulo encontrou-se quanto à relação autor-vítima, que 1.496 (81,1%) agressões ocorreram entre casais, 213 (11,6%) entre pais/responsáveis e filhos, e 135 (7,3%) entre outros familiares. Esse mesmo estudo referindo-se acerca dos motivos da agressão, os chamados “desentendimentos domésticos” que se referem às discussões ligadas à convivência entre vítima e agressor (educação dos filhos; limpeza e organização da casa; divergência quanto à distribuição das tarefas domésticas) prevaleceram em todos os grupos, fato compreensível se for considerado que o lar foi o local de maior ocorrência das agressões. Para muitos autores, são os fatos corriqueiros e banais os responsáveis pela conversão de agressividade em agressão. Complementa ainda que o sentimento de posse do homem em relação à mulher e filhos, bem como a impunidade, são fatores que generalizam a violência. Há quem afirme que em geral os homens que batem nas mulheres o fazem entre quatro paredes, para que não sejam vistos por parentes, amigos, familiares e colegas do trabalho. A cultura popular tanto propõe a proteção das mulheres (em mulher não se bate nem com uma flor) como estimula a agressão contra as mulheres (mulher gosta de apanhar) chegando a aceitar o homicídio destas em casos de adultério, em defesa da honra. Outra suposição é que a maioria dos casos de violência doméstica são classes financeiras mais baixas, a classe média e a alta também tem casos, mas as mulheres denunciam menos por vergonha e medo de se exporem e a sua família. Segundo Dias o fenômeno ocorre em todas as classes porém mais visíveis entre os indivíduos com fracos recursos econômicos. A violência praticada contra o homem também existe, mas o homem tende a esconder mais por vergonha. Pode ter como agente tanto a própria mulher quanto parentes ou amigos, convencidos a espancar ou humilhar o companheiro. Também existem casos em que o homem é pego de surpresa, por exemplo, enquanto dorme. Analisando os denominados crimes passionais a partir de notícias publicadas em jornais Noronha e Daltro identificaram que estes representam 8,7% dos crimes noticiados e que destes 68% (51/75) o agressor era do sexo masculino (companheiro, ex-companheiro, noivo ou namorado) nos crimes onde a mulher é a agressora ressalta-se a circunstância de ser o resultado de uma série de agressões onde a mesma foi vítima. Orientadores: 1ª ETAPA A – Morais / 1ª ETAPA B – Elizangela e Elma / 1ª ETAPA C – Antunes e Jalila |
| EIXO TEMÁTICO: VIOLÊNCIA INSTITUCIONAL (2ª Etapa EJA) Há práticas violentas exercidas por instituições públicas e privadas, cujo principal objetivo deveria ser a prestação de serviços aos cidadãos que delas necessitam e dependem, principalmente, das instituições de prestação de serviços de saúde, assistência e previdência. Segundo a Secretaria Especial de Direitos Humanos, essas instituições são as campeãs de queixas e reclamações nas delegacias de proteção aos idosos. Abaixo, alguns exemplos de como a violência institucional deve ser manifestada nos serviços de saúde: – Peregrinação por diversos serviços até receber atendimento; Orientadores: Wilame e Elinho. |
Cronograma Previsto para a execução do Projeto:
| Ord. | Data | Atividades |
| 01 | 14/06/12 | Apresentação da proposta aos alunos e análise de textos complementares acerca do tema |
| 02 | 15/06/12 a 18/06/12 | Escolha dos títulos dos vídeos pelos alunos |
| 03 | 18/06/12 a 27/06/12 | Pesquisa de Campo e produção dos vídeos |
| 04 | 28/06/12 | Exposição dos vídeos no Pátio da Escola |
| 05 | 29/06/12 | Postagem das atividades desenvolvidas no Blog da Escola (www.djalmacruz.blogspot.com) |


